sábado, 4 de abril de 2009

Ode aos poetas..desconhecidos...

Quem são estes poetas?
Poetas "blogueiros"...talvez eles pratiquem "gêneros públicos" e não "sejam pertencentes" a uma literatura acadêmica.
Lembro-me, ao estudar os primórdios da literatura, que grandes escritores publicavam seus romances, no século XIX sob forma de folhetim, e poucos eram conhecidos; e seus leitores sempre teriam que esperar a próxima edição para dar continuidade a sua leitura.
Impressionante como a história da cultura retorna sempre ao velho método, mas que misturada a uma nova prática acaba sendo novidade...assim conhecemos os poetas dos "Blogs"...nos seus "folhetins eletrônicos"..que criaram seu próprio gênero literário.
Nas minhas infindáveis navegaçoes pela internete, encontro fabulosos poetas do meu tempo.
Eles não têm nomes reconhecidos ou qualquer prestígio... nem se quer pertencem ao cânone literário, mas se inserem, perfeitamente, num tempo literário próprio.
Crônicas líricas existenciais- a grande maioria- ou poemas que falam de um amor perdido..de um beijo roubado.. um desejo não satisfeito...capítulos de algum romance..contos..enfim encontramos seres, fatos, coisas -realistas ou fantásticas- que criam seus próprios universos. Isso não é literatura? Literatura lúdica? Essas estão destinadas a dar prazer e criar emoções num universo próprio assumindo uma dimensão dos universos ficcionais.
Seja como for...todos poetas...poetas modernos.....escrevem para o seu público...mas buscam, acima de tudo, algo para sentirem-se plenos.., ou escrevem para si mesmos, pois talvez não sabem exatamente o que é ser pleno...então eles escrevem...escrevem sem saber para que ou para quem também...(o seu público, são leitores invisíveis)...escrevem para a mulher amada e para aquela que nunca amou..escrevem sem mesmo conhecer o que é o amor...escrevem por uma necessidade criadora numa linguagem própria de ver o mundo.."seu mundo"..mas também por pura emoção..já dizia nosso poeta maior, Mário Quintana: "Bem-aventurado os músicos..E os bailarinos..E os mímicos..E os matemáticos..Cada um na sua expressão!..Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia"...
Esse poeta escreve para encontrar-se...ou para encontrar alguém que experimente de sua mesma plenitude.." ser ou não ser, eis a questão"...já dizia o outro..rsss
Muda o tempo...muda a vida...as necessidades humanas...assim como a forma de comunicação entre as pessoas...mudam os ideais...as ideologias...a postura do homem diante a sociedade em que vive....mudam os meios circulação das literaturas.
O que não muda é o POETA...há..poeta!!!... tantos marcaram nossas vidas..e talvez por eles é que temos, incluo-me, a coragem de deixar escrito o que eles sempre nos ensinaram: A PALAVRA TEM VONTADE
PRÓPRIA e sem uma razão explícita temos uma necessidade incontrolável de viajar entre mundos conhecidos dos outros e do nosso próprio imaginário. Já dizia o poeta Manoel Bandeira:
"Rezeri: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado.
Foram terras que inventei"
...da mesma forma temos uma necessidade incontrolável de deixar os dedos correrem pelos teclados de nossos computadores...
Faça sua própria viagem ou encontre um "blog" qualquer... ou num "blog" qualquer encontre o SEU POETA...um grande poeta desconhecido.